Visitar Yangon é como chegar rumo ao desconhecido. A antiga capital do Mianmar reflete bem o que é o país de grandes contrastes e que ficou isolado do restante do mundo por um longo período. Por isso, qualquer planejamento de viagem que se faça para o país vai se deparar com pouquíssimas informações na língua portuguesa sobre como chegar, o que fazer, quando ir e se você realmente deve conhecer essa bela cultura de perto.
Antes de seguir com as informações sobre a cidade de Yangon, gostaria de citar o que você mais encontrar em qualquer canto que você decida conhecer no Mianmar: a gentileza.
Depois de visitarmos várias cidades e países pelo mundo e, agora, no sudeste asiático, é inegável que o local com as pessoas mais gentis e solícitas que encontramos até então é o Mianmar.
Por onde você vá, em Yangon ou qualquer outra cidade, vai se deparar com um povo tímido, discreto, mas que ao mesmo tempo sempre responde com um sorriso ou ato de gentileza quando você se aproxima ou pergunta algo.
O povo por si só já o grande atrativo do Mianmar, portanto, venha de coração aberto para interagir e mergulhar na cultura que isso poderá fazer sua visita muito mais marcante do que você imagina. Principalmente se você vier na mesma época que nós viemos. Continue lendo o post que você já vai entender o porque.
Como Tirar o Visto para o Mianmar
O processo para você tirar o visto é simples e rápido. Basicamente é só você acessar o site oficial do governo onde o evisa do Mianmar é emitido.
Depois de preencher algumas informações simples e básicas (em inglês), você vai precisar fazer o upload de uma fotografia no tamanho 3×4 ou passaporte, e depois realizar o pagamento da taxa de 50 dólares americanos.
No próprio site tem informações de qual o tipo de fotografia pode ser utilizado e, com relação ao pagamento, ele pode ser feito com cartão de crédito nas bandeiras Visa e Mastercard.
Com tudo isso pronto você vai receber um email confirmando a aplicação. Eles estipulam um prazo de 3 dias úteis, mas recebemos os nossos vistos 2 horas depois no nosso email. Depois é só imprimir e apresentar junto com seu passaporte assim que chegar no país. E lembre-se de guardar esse papel porque ele será apresentado quando você deixar o Mianmar também.
Como Chegar a Yangon
A maneira mais simples, rápida e utilizada para se chegar a Yangon é através de avião. Por ser a maior cidade do país, um centro econômico e, até pouco tempo, a capital, existem diversas opções de voos que partem para os mais variados destinos diariamente. E dependendo de qual seja, você pode conseguir preços interessantes se pesquisar bem. Como exemplo, voando de Bangkok até Yangon (ou o contrário) é possível pagar cerca de 40 dólares americanos por esse trecho.
Mas tenha atenção com relação à bagagem. Como muitas das companhias que atuam no sudeste asiático são de tarifas econômicas, elas permitem que você leve apenas uma bagagem de mão leve e também não oferecem refeições ou água. Geralmente você precisa contratar esses serviços considerados como extras.
Nós decidimos ir por terra, saindo de Mae Sot, que é uma das cidades da Tailândia que fazem fronteira com o Mianmar. Como o país tem alguns pontos de conflitos internos, essa é considerada a rota mais segura para se fazer esse tipo de travessia. Em breve faremos um vídeos sobre essa travessia e colocaremos o link aqui.
Onde se Hospedar em Yangon
Por conta da facilidade de locomoção, quantidade de meios de hospedagem e, claro, pela proximidade dos pontos turísticos mais importantes, o centro da cidade é o ponto mais indicado para você se hospedar.
Mas antes de realizar a reserva verifique se o hotel é credenciado pelo governo. Como o país ainda está abrindo para o turismo, não é em qualquer local que estrangeiros podem se hospedar. Essa regra é levada muito a sério, portanto siga atento a esse tópico de hospedagem porque através de nossa dica você não terá risco de escolher a hospedagem errada.
No centro você pode visitar caminhando a Sule Pagoda, a China Town e alguns mercados públicos. Se for andando por uns 2 ou 3 quilômetros você também chega facilmente no lago Kandawgyi e na Shwedagon Pagoda, que é considerado um dos maiores dos símbolos do budismo no mundo e o monumento mais famoso do Mianmar.
Felizmente nós tivemos a oportunidade de ficar no Hotel Lodge Yangon Heritage, que é muito próximo desse pontos citados e fica em frente a um shopping center e a poucos metros de restaurantes muito bem avaliados.
O hotel é aconchegante e possui um clima de tranquilidade por conta da decoração e de uma luz mais baixa. Excelente para você relaxar bem depois de caminhar pelas ruas e de conhecer os pontos turísticos de Yangon.
No café da manhã você pode ter a opção mais ocidental com pães e geleias, ou experimentar a comida local com arroz frito ou sopa.
Nós gostamos muito de nos hospedar aqui por conta de todo o conjunto, ou seja, pela proximidade de tudo e pelos serviços e comodidades que o hotel oferece.
Para conhecer e fazer uma reserva use o link abaixo. Você vai ser direcionado (a) ao site do Booking.com, terá acesso a preços exclusivos e não pagará nada a mais por isso. Esse é o principal site que usamos para fazer nossas reservas durante nossas viagens.
Faça sua reserva no Hotel Yangon Heritage
O que fazer em Yangon
A cidade é um contraste a céu aberto, portanto visitá-la e caminhar por suas ruas já é de fato algo único do local.
Nós gostamos de ver as pessoas, seus costumes e conversar com elas. De experimentar a comida local e, inclusive, usar transporte público algumas vezes. Essas são algumas das maneiras mais simples e recomendadas para se inserir rapidamente na cultura de qualquer lugar.
Mas se você é mais do tipo que gosta de visitar os lugares famosos, fique tranquilo que a gente também costuma conhecê-los por isso vamos dividir os pontos que você não deveria perder em Yangon.
Shwedagon Pagoda
Esse é um dos maiores símbolos budistas no mundo e também o monumento mais importante do Mianmar.
A pagoda fica a uns 2 km do centro da cidade e para chegar lá você pode ir caminhando, pegar um táxi/ Grab ou pegar um ônibus de cor amarela (número 36 no ponto da Sule Pagoda station). Se for de ônibus você vai vê-lo passando o tempo todo e custa 200 kyats por pessoa.
O ticket para essa pagoda custa 10 mil kyats por pessoa (cerca de 25 reais na cotação de hoje). O que você vai encontrar lá dentro vale cada centavo. Mesmo que não seja uma pessoa com interesses em religião/ espiritualidade essa pagoda pode te surpreender por conta de toda a sua beleza e magnitude.
Nós visitamos na baixa temporada e em um dia de muita chuva e ainda sim tinha bastante gente. portanto, se for em outra época busque ir cedo ou, se preferir vê-la de dia e de noite, vá por volta de 16 horas. Ela abre de 8 da manhã até 10 da noite diariamente. Em dias especiais para o budismo ela fica aberta 24 horas direto.
Pagoda Sule Paya
Essa é uma espécie de versão miniatura da Shwedagon Pagoda mas mesmo assim contém muita beleza para ser vista também.
Não entramos nela porque de uma passarela em frente ao hotel que ficamos já era possível vê-la claramente e tirar boas fotos. Caso queira entrar, o tícket custa 4 mil kyats por pessoa (cerca de 10 reais na cotação de hoje).
Ela fica bem no centro da cidade e de lá você dá poucos passos e já chega também no monumento da independência, na praça, na prefeitura e no fórum de Yangon.
Pagoda Maha Wizaya
Essa é também uma linda pagoda que deve ser visitada em Yangon. Ela fica bem pertinho da Shwedagon pagoda e pra entrar nela você não paga nada.
Por conta da grandeza de sua vizinha, essa pagoda é pouco visitada por turistas. A entrada é gratuita mas nós não fomos porque nos dias que estivemos na cidade choveu quase o tempo todo, então priorizamos alguns poucos locais.
Mercado Bogyo
Mercado local com muitas comidas típicas e artesanato. É um mercado bastante pareido com o que você vai encontrar em utras cidades no sudeste asiático. A diferença é a comida, que no Mianmar ela parece ter um tempero mais gostoso.
Nós não somos tão fãs de comida de rua, mas experimentei algumas aqui e confesso que me surpreenderam sim. Mesmo assim selecione bem por conta da higiene.
Trem Circular de Yangon
Esse é um tipo de “‘passeio” conhecido por quem visita a cidade. Você embarca no trem local que faz um circuito completo por diversas áreas da cidade.
É interessante para ter contato não somente com os prédios luxuosos do centro, mas também para ver de perto como é o dia a dia real das parcelas mais pobres do povo local.
Como chegamos ao país de ônibus e tivemos bastante contato com cultura e pudemos ver como ele vivem, decidimos não fazer esse passeio. E, claro, por conta da chuva também.
Templo Chaukhtatgyi Buddha – Buda reclinado
É um dos mais famosas e reverenciadas imagens de Buda reclinado do Mianmar. Seu comprimento é de 66 metros e é uma das maiores de todo o país.
É também de fácil acesso e não é tão visitado quanto os demais templos na cidade. Alguns locais informam que a entrada custa 3 mil kyats. Outros falam é gratuita… Não conseguimos a informação exata porque também não fomos. Sim, mais uma vez, estava chovendo bastante na cidade e não tinha mesmo como visitar muitos lugares. uma sabe uma próxima.
Algumas dicas em Yangon
Como citei em alguns pontos nesse post, a cidade é um miscigenação de luxo e pobreza. Existem muitas pessoas humildes do próprio país e de outros locais que chegam em Yangon buscando uma vida melhor.
Apesar de alguns locais mais isolados e, principalmente à noite, não parecerem seguros, nós caminhamos com bastante tranquilidade por toda a cidade sem problemas. Inclusive com nossos aparelhos de celulares e câmeras à mostra.
O que você mais você deve ter atenção é com relação à comida. Assim como em grande parte do sudeste asiático, em Yangon voccê encontra muitas opções locais que girar em torno do básico: fried rice (arroz frito), noodles (famoso miojo) ou sopa. Os valores de um prato variam entre 1 mil kyats (comida de rua) a 3500 kyats (restaurantes com boas avaliações). Isso dá algo em torno de 3 a 9 reais no momento desse post. Se for comer na rua tenha atenção à higiene.
Se quiser algo mais ocidental vai pagar em torno de 9 a 18 mil kyats numa pizza (de 23 a 50 reais). Existem outras opções também, mas quanto mais você foge da cultura local, mais os preços sobem.
A cidade de um modo geral pode te surpreender positivamente como aconteceu conosco. O mais importante é chegar de coração aberto e sem expectativas e pré julgamentos com relação a nada.
É uma cultura pouco conhecida por nós ocidentais mas que guarda uma riqueza grande e que está sendo descoberta aos poucos. Por isso agradecemos ao máximos a oportunidade que tivemos em poder ver tudo isso de perto.