Após fazer uma grande Eurotrip, vistando quase todos os países do continente, posso dizer que finalmente adquiri um bom conhecimento de como viajar barato nesse que é considerado o continente mais caro do mundo. mas do que valeria essa experiência toda se eu não a compartilhasse para que outras pessoas pudessem fazer o mesmo? Pensando nisso resolvi fazer uma listagem simples com as 10 dicas para economizar na sua viagem para a Europa.
1. Tenha foco ao planejar a viagem
Sim, eu sei que essa é uma das partes mais difíceis ao planejar uma viagem grande como uma eurotrip, por exemplo. Eu mesmo fiquei deslumbrado nas infinitas possibilidades de lugares que poderia conhecer, e com isso começava a traçar rotas e mais rotas que poderia fazer se conseguise um voo barato, se conseguisse carona… O fato é que a lista é interminável, então por isso você precisa manter o foco para planejar sua viagem. Principalmente se tem um tempo determinado para fazer a viagem, como em um mês de férias do seu trabalho, por exemplo.
Se essa é sua primeira vez na Europa, então sugiro que visite os pontos turísticos mais famosos como o Coliseu em Roma , a torre Eiffel e o Louvre em Paris, e a praça Vermelha em Moscou, por exemplo. Se quiser fazer sua viagem através de um caminho mais histórico e diferente do habitual, priorizando mais a história moderna, a Europa Central e Oriental são os caminhos mais indicados para iniciar sua viagem. Mas se quiser algo mais pitoresco e diferente, recheado de alguns mistérios e curiosidades e, principalmente, mas barato e não tão cheio quanto os pontos turísticos, o leste europeu é o mais indicado a você.
A Europa é um lugar para ser desbravado muitas vezes e com atenção aos detalhes, mas como o objetivo aqui é economizar dinheiro, existem algumas ferramentas que podem te ajudar a fazer um planejamento mais detalhado. Algumas delas são os sites em que você pode verificar o custo de vida local e o preço de alguns itens básicos antes de fazer sua viagem. Os que eu geralmente utilizo são o www.priceoftravel.com e o www.expatistan.com.
2. Pesquise preços de voos em sites europeus.
Ok, concordo que mesmo com muito planejamento algumas coisas podem sair fora do eixo. Principalmente quando você descobre que pode viajar para praticamente qualquer lugar do continente pagando muito mais barato do que se pensava, então resolve mudar todos os planos que havia feito anteriormente. Se esse é o seu caso, minha principal dica é sempre pesquisar os preços inicialmente em sites de companhias europeias. Os valores praticados por companhias de turismo no Brasil são, muitas vezes, abusivos e superfaturados por causa das comissões que colocam em cima do preço final.
Para dar somente um exemplo, lembro de quando precisei comprar uma passagem de urgência para Paris e, ao comparar os preços praticados aqui com os dos sites europeus, vi que teria uma economia de 20% se comprasse no site estrangeiro. Um desses sites é o Opodo, que volta e meia tem bons preços para quem pretende visitar a Europa. Faça uma comparação entre alguns valores oferecidos na web e verifique qual se encaixa melhor no seu orçamento.Para viagens entre os países dentro continente existem também opções muito em conta quando o objetivo é economizar. Assim como na Ásia, a Europa possui algumas companhias Low Cost (baixo custo) que podem salvar e muito seu orçamento. Uma das mais conhecidas é a RyanAir, conhecida por fazer promoções doidas (mas muito boas, é claro) como “voe de Londres a Paris por 100,00 euros, e pague 0,50 a volta”. Os serviços de bordo não são os melhores do mundo mas se, como eu, você pensa que o avião é feito para te levar em segurança até o seu destino final, então a falta de uma garrafinha de água ou de um saquinho de amendoim não vão fazer diferença alguma.
3. Viaje fora da alta temporada
Eu sei que você quer curtir aquela praia na Riviera francesa, nas ilhas Baleares, na Espanha, ou no paraíso grego que é Mykonos, mas se pretende viajar gastando pouco é melhor evitar a alta temporada (junho, julho e agosto). Os preços sobem de uma forma inacreditável, assim como acontece no verão brasileiro. A diferença é que aqui no Brasil eu sempre solto a piadinha “esse é o preço para gringo. Qual é o preço para carioca”? Quase sempre consigo um desconto com esse papo ;), mas mesmo que você fale muito bem o idioma de um país europeu, essa conversa não tem tende a funcionar.
O verão europeu é sensacional e você deve sim conhecê-lo ao menos uma vez. E quando isso acontecer você vai ver que, além dos preços altos, vai ter que lidar com hotéis, pontos turísticos e transporte público super lotados. E também pelo motivo de que você não terá uma experiência europeia autêntica pois a maioria dos moradores locais sai para passar férias em lugares diferentes. Um caso a parte é Paris, pois a cidade luz é um dos locais mais difíceis para se encontrar um parisiense, independente da época do ano.
4. Cuide do seu dinheiro
Cuidar do seu dinheiro não é somente fazer um orçamento diário básico, mas principalmente com qual forma você vai fazer os pagamentos, e onde você vai conseguir as melhores taxas para trocar seu dinheiro. Os caixas 24 horas, conhecidos com ATM, estão presentes em toda a Europa, mas fique atento à política de cobrança feita por cada instituição bancária. Em alguns deles são cobradas taxas caso você faça simples consultas de saldo, mesmo sem imprimir algum comprovante.
Verifique com seu banco as taxas para movimentações internacionais e, se valer a pena, utilize seu cartão de crédito. Mas caso você não possua um, existem empresas que oferecem cartões pré-pagos em que, basicamente, basta recarregar sua conta e ir utilizando até o que dinheiro acabe e você precise fazer uma nova recarga. Mas mais importante do que escolher a forma de gastar tenha sempre dinheiro reserva. Nunca deixe todo o que você tem em um só lugar. Esconda notas em diferentes lugares como no bolso da frente do seu jeans, na meia do sapato ou num compartimento secreto de sua mala o mochila. Acredite, isso pode salvar sua voagem em algum momento.
5. Utilize as opções de descontos e gratuidades existentes
Se você costuma ficar em hostel, provavelmente já ouviu falar de alguma organização que oferece desconto para quem se hospeda em uma unidade da rede deles. Para receber esse desconto geralmente basta ter a carteirinha da rede ou organização, e após você pode utilizá-la em vários países. Além do preço diferenciado existem outras vantagens como acesso a passeios exclusivos e prioridade de reserva. Uma dessas instituições é a Hostelling International.
Muitos pontos turísticos também tem programas de desconto e gratuidade. É o caso do Louvre e do museu Versailles (sim, estou falando bastante de Paris por ser justamente considerado um dos destinos mais caros para se viajar), por exemplo, que oferece entrada grátis no primeiro domingo do mês. Caso você tenha menos de 18 anos, melhor ainda pois a maioria dos pontos turísticos oferece gratuidade em qualquer dia da semana para essa faixa etária.
6. Economize com hospedagem
Com relação ao custo x benefício, a melhor opção mesmo é se hospedar em um hostel. Se você nunca passou por essa experiência, sugiro que a faça. Esse é o local onde você, além de economizar uma grana boa ao conseguir uma cama confortável e chuveiro quente, terá contato com outros viajantes que também estão cruzando os países com pouco dinheiro e que tem muita informação útil para passar. A interação e o acesso a informações valiosas do local que se tem quando se hospeda em um hostel, você não conseguirá em nenhum quarto isolado de hotel.
Em algumas cidades no leste europeu você pode sim encontrar bons quartos de hotel por preço bem abaixo do esperado, mas na Europa Central a realidade é diferente. Na dúvida, faça como eu: sempre verifique no Booking.com, pois lá com certeza vai encontrar uma opção que cabe bem no seu orçamento.
7. Viaje para países fora da União Europeia
Uma grande economia de dinheiro acontece quando você decide viajar para países onde o euro não é a moeda oficial. Entre os mais indicados estão alguns países do leste europeu como Romênia, República Tcheca e a Sérvia, por exemplo. São países com o custo de vida bem abaixo da região central do continente e, consequentemente, se tornam bons destinos para quem procura gastar pouco.
Mas alguns países, mesmo não sendo da união europeia, merecem atenção redobrada quanto aos gatos. É o caso do Reino Unido, da Suécia e da Dinamarca, por exemplo. São exemplos de economias muito bem consolidadas e que merecem um planejamento extra caso você queira visitá-los.
8. Viaje de trem
A maioria das companhias aéreas ainda cobram preços altos, independente da temporada. Os valores sobem ainda mais com as taxas extras, como a de bagagem, por exemplo. Além do mais, muitos aeroportos são distantes dos centros urbanos, tornando mais cansativa do que deveria. Por isso quase sempre viajo de trem quando estou na Europa. A malha ferroviária é gigantesca, atende o continente de ponta a ponta, e geralmente oferece bom serviços e preços.
Viajar de trem na Europa é não ter que enfrentar filas chatas da imigração pois essa parte acontece durante a viagem, dentro do trem, como relatei quando viajei a bordo do Allegro, da Finlândia até a Rússia. É também não se preocupar se sua bagagem será extraviada ou não, pois ela estará o tempo todo junta de você. Isso sim já é, por si só, uma grande vantagem.
9. Vá até o serviço de informações turísticas local
A questão aqui não é apenas economizar dinheiro com as informações, mas também o seu tempo. Como falei anteriormente, planejar bem sua viagem é essencial, mas com certeza algumas informações valiosas passarão despercebidas aos olhos de um estrangeiro. E é tudo de graça, desde a indicação dos lugares mais baratos para comer ou visitar, até as melhores formas para se locomover pela cidade.
Esse serviço é, na verdade, muito ignorado pela maioria dos viajantes, mas ele pode oferecer uma ajuda que você não encontraria fácil em qualquer outro lugar. Falo isso porque lembro quando estive pela primeira vez na Rússia e não falava quase nada de russo. Estava em São Petersburgo por alguns dias, e meu objetivo era comprar uma passagem de trem até Moscou. O problema é que na Rússia é raro encontrar alguém que fale inglês, então sofri até conseguir comprar meu bilhete. Quem me salvou foi uma funcionária do serviço de informações que me deu um bilhete escrito no idioma local. Bastou entregar esse bilhetinho à funcionária da estação de trem e o problema foi resolvido.
10. Se não sabe cozinhar, aprenda
Tudo bem, você está em viagem e não quer ter a responsabilidade que teria se estivesse em casa, como cozinhar, por exemplo. Você quer apenas relaxar e festejar, eu sei, mas essa é uma das melhores formas de salvar seu belo e suado dinheiro. Principalmente se estiver visitando as grandes capitais europeias.
Eu sou uma cara grande e, consequentemente, comilão, então sair por comendo em qualquer restaurante que encontrar pela frente me custaria uma graninha a mais. Muitas vezes uma linda e deliciosa omelete, preparada no microondas mesmo, salvou meu orçamento e minha fome. Além do mais, é uma experiência bacana se você viaja em grupo e todos se reúnem para cozinhar juntos. Se está sozinho (a) e conhece alguém durante a viagem, cozinhar também pode ser um bom pretexto para conhecer melhor a pessoa, logo é uma boa forma de chamar um pouquinho mais de atenção para o seu lado. 😉
Excelente, meus parabéns!
Vale a pena ir pra europa agora mesmo com o real desvalorizado ou será que é melhor esperar um pouquinho?